Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; II Timóteo 3:16

O Perigo do Engano de Si Mesmo

O Perigo do Engano de Si Mesmo
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O PERIGO DO ENGANO DE SI MESMO
 
 
Já falamos brevemente sobre o sério engano de si mesmo, necessário a levar os homens e mulheres religiosos indisporem-se com o Filho de Deus, até mesmo quando ele se senta em seu trono de julgamento. Mateus 7:21-23 não descreve pessoas que estão fazendo um jogo consciente. A presença de Deus em sua glória teria a tendência para tirar o apetite de um homem pela presunção. O que estes versículos revelam é a capacidade de um ser humano para ocultar de si mesmo seus próprios motivos e escolhas.
 
A questão importante que eles levantam é: como entramos em tal estado de engano de nós mesmos e como podemos evitá-lo?
 
A revelação nestes versículos, de que o dia do julgamento será um dia de surpresas, não é pouco assustadora.
 
Não saberão os homens, no âmago dos seus corações, que não têm sido fiéis ao Senhor? Como não puderam eles perceber sua desobediência? Eles não foram pessoas ignorantes, estranhas ao evangelho do reino. Como eles puderam não saber?
 
A resposta: o engano de si mesmo.
 
O engano de si mesmo é baseado na justificação de si mesmo, o uso do padrão errado pelo qual julgar-se (Lucas 16:15; 18:9-17), ou o simples fracasso na utilização do padrão verdadeiro (a palavra de Deus).
 
A seriedade da ameaça que isso representa para os que buscam o reino de Deus é evidenciada pelo número de advertências contra ele. Paulo diz que os homens enganam-se a si mesmos quando pensam serem sábios ou imaginam serem alguma coisa, quando não são nada (1 Coríntios 3:18; Gálatas 6:3).
 
Orgulho e vaidade podem levar uma pessoa a acreditar em mentiras sobre si mesma, que ela própria contou. Tiago, em seu modo muito direto, adverte que é uma pessoa enganada por si mesma quem pensa que terá mérito só por ouvir a palavra de Deus, que ela nunca pratica, e ilustra seu ponto com o homem que se considera muito devoto, enquanto não exerce nenhum domínio sobre sua língua (1:22,26).
 
Muita freqüência na igreja pode dar falsa segurança àqueles que preferem falar sobre religião verdadeira em vez de vivê-la. Pregar sólida doutrina não faz, necessariamente, uma pessoa piedosa.
 
Finalmente, João admoesta que quando negamos que haja qualquer pecado em nossas vidas, estamos mentindo a nós mesmos  (1 João 1:8). A dor psíquica de confessar o fracasso, nos leva freqüentemente a procurar cobertura para nossos pecados no ativismo religioso, em vez do arrependimento e confissão.
 
E por que os homens trabalham tão diligentemente para convencer não só aos outros, mas a si mesmo, desses mitos sobre seu relacionamento com Deus? Porque eles acham a verdade que Deus lhes disse totalmente sem atrativo e, determinados a rejeitá-la,
não querem suportar a dor de viver com uma consciência constantemente dolorida e acusadora (2 Tessalonicenses 2:10-12; 1 Timóteo 4:1-2). Algo tem que ser encontrado para encher o vazio e justificar sua desobediência.
 
Uma visão distorcida da "justificação pela fé" tem sido um subterfúgio popular. Em síntese, esta abordagem afirma que Cristo não tem interesse em como se vive, mas somente em como se sente.
 
Deste ponto de vista, uma cuidadosa preocupação com a obediência aos mandamentos de Deus é vista como uma negação da graça de Deus e uma rejeição do evangelho. Às vezes, é quase o eco do espírito libertino que Paulo condena em Romanos 6:1-2: "Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?"
 
Quanto mais os proponentes desta idéia são reprovados por sua transgressão da vontade divina, mais eles declaram sua confiança na graça de Deus e no poder de sua fé. Mas isto não é fé em Deus , "mas fé na fé", um "fé-ismo" para servir a si mesmo. Certamente que somos justificados pela fé, mas uma fé que se manifesta pela obediência aos mandamentos de Deus (Lucas 6:46; João 14:15,21,23; 15:10,14; Gálatas 5:6; Tiago 2:14-26). Esta é, claramente, a mensagem do Sermão da Montanha.
 
Outro freqüente disfarce para a desobediência é "o fim justifica os meios." Que diferença faz o modo como foi feito, é o argumento, desde que o resultado positivo é conseguido.
 
Esta pode ter sido a lógica de Davi, quando mudou a arca da Aliança para Jerusalém. O fim era bom, mas o meio foi rejeitado dramaticamente (1 Crônicas 13:1-14; 15:1-15).
Foi certamente o pensamento de Saul, quando ele desobedeceu a Deus, na matança dos amalequitas. Poupar os melhores animais (uma transgressão) foi justificado como um meio de adorar a Deus (1 Samuel 15:15). Deus não se impressionou (15:22-23).
 
Se há um ponto claramente afirmado no Sermão da Montanha, e há muitos, é que no reino do céu meios e fins são o mesmo. Meios divinamente escolhidos são adequados a fins divinamente escolhidos. Meios errados subvertem fins certos. A desobediência nunca pode produzir o coração submisso e confiante que nosso Senhor tanto deseja.
 
Mas, como poderemos escapar desta tendência humana pelo engano de si mesmo? Aproximando-nos das Escrituras com nossos corações dados a Deus e não com um interesse acadêmico ou institucional. Temos que enfrentar o que o Filho de Deus realmente disse, não importa que isso seja custoso, ou penoso, ou fora de moda.
 
E então, à clara luz do ensinamento de Deus, temos que nos engajar constantemente no mais sincero sondar dos nossos próprios corações (2 Coríntios 13:5). Sem exame próprio, o engano de si mesmo é inevitável.
 
Temos que perguntar-nos não somente se o que estamos fazendo está de acordo com a vontade de Deus, mas se o estamos fazendo pelo amor de seu Filho. Muito do que é feito "em nome de Cristo" é executado para a glória dos homens.
 
Como é imperativo a nós o espírito de Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno" (Salmo 139:23-24).
 
 


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